quinta-feira, 3 de julho de 2008

A dor e a delícia de criar o inusitado


Por Jimmy Cygler*


CEO e chairman da Resolve! Enterprise Services, conselheiro da Proxis, professor do MBA da ESPM e do PDA da Dom Cabral, associado ao IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), autor do livro Quem mexeu na minha vida, editado pela Elsevier e membro fundador do Comitê de Estratégia e Planejamento do CRA.


“O derradeiro diferencial competitivo é a inovação.” “No futuro, só existirão dois tipos de empresas: as rápidas e as mortas.” Essas duas frases, de autoria de Peter Drucker, considerado o maior guru da administração do século XX, resumem de forma brilhante o dilema vivido pelas corporações de diferentes ramos de atividade.No caso específico das empresas de pequeno porte não basta apenas ser criativo e conseguir inovar, mas é fundamental ser extremamente rápido. Por quê? Porque boas idéias podem ser rapidamente copiadas e é preciso estar sempre um passo à frente dos competidores. A velocidade é o único modo que existe para se ganhar competitividade. É o que dá o fôlego para que a empresa consiga se manter até surgir a próxima idéia inovadora.Sob esse ângulo, as pequenas organizações apresentam uma vantagem sobre as grandes companhias. E é fácil entender a razão. O próprio dono da empresa pode ter uma idéia maravilhosa bem no momento em que está assando um suculento churrasco para os amigos em um domingo, e rapidamente conseguir passar isso para a sua equipe na manhã seguinte e implementar ações efetivas no período da tarde. Em uma multinacional, o mesmo processo demandaria semanas de incansáveis reuniões de brainstorms para ser concluído meses depois e com risco de o projeto em questão ter perdido metade do impacto em termos de inovação.E falo isso com conhecimento de causa. A minha empresa, dentro da área de atuação a que pertence, é considerada de pequeno porte e eu e minha equipe de colaboradores tínhamos a exata consciência de que precisávamos focar toda a atividade criativa não em produtos, mas sim em um modelo de negócios diferenciado, porque nada tem um alcance maior do que isso. E o resultados obtidos comprovaram que estávamos certos. Produtos são facilmente copiados.Modelos de negócio, por sua vez, não são facilmente imitados, porque requerem grande capacidade de abstração e inteligência acima da média. Com isso é possível visualizar as tendências e oportunidades que a maioria dos concorrentes não consegue enxergar.De outro lado, as pequenas empresas sofrem da desvantagem de não dispor, na maioria das vezes, de uma estrutura adequada que lhes possibilite implementar as inovações com a velocidade e o impacto necessários. É importante contar com recursos financeiros para poder fazer o marketing e empacotar a idéia/ produto/ serviço da melhor maneira possível para torná-la visível para o seu público alvo. Na falta desse importante trampolim, a única saída é caprichar na criatividade e, acima de tudo, saber agitar o networking, ou seja, empresariar a rede, compreendendo que as fronteiras do seu business ultrapassam as paredes da sua empresa. Caso contrário, não haverá como romper as barreiras e superar os obstáculos. A empresa que sabe usar a sua cadeia de relacionamentos, se conectará a ela de tal sorte que conseguirá absorver os valores de cada elo e assim suprir suas próprias deficiências. E a força da rede estará atuando a seu favor, permitindo-lhe suplantar, inclusive, o poder das grandes organizações.


Fonte - HSM on line

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