terça-feira, 26 de maio de 2009

Liderança autêntica

Gostei muito do artigo que saiu na HSM on line sobre os 5 perigos que aparecem na carreira de quem está se preparando para ser líder e que podem levar a comportamentos destrutivos. No texto original há uma interessante entrevista com o autor, Bill George.

Os cinco perigos
Os principais comportamentos destrutivos característicos, que tendem a ocorrer durante a jornada de um líder estão relacionados abaixo:

- Converter-se em impostor: Impostores costumam sofrer de falta de autoconhecimento e de auto-estima, evitando a auto-reflexão e, consequentemente, postergando o desenvolvimento pessoal. Eles surgem nas fileiras da organização com um misto de esperteza e agressividade e usam essas estratégias para atingir posições de poder, mas têm pouca noção de como empregar esse poder para aprender a liderar. Líderes que sucumbem a essa ameaça adotam a política de ir em frente e tirar todo mundo de seu caminho. Ao adquirirem poder, os impostores podem não saber como utilizá-lo. Eles são assolados por dúvidas sobre lidar com responsabilidades da liderança. Seus subordinados mais competentes vão procurar campos mais verdes, enquanto quem permanece na organização tende a manter a cabeça baixa.

- Racionalizar acima de tudo: Esses líderes são incapazes de admitir erros, por medo de serem considerados um fracasso ou de perderem o emprego. Por sua inabilidade em assumir a responsabilidade por derrotas e fracassos, eles afastam racionalmente seus problemas. Quando as coisas não acontecem como previram, tendem a culpar forças externas ou subordinados, ou a oferecer respostas fáceis aos problemas. Pior ainda, eles podem tentar encobri-los ou negá-los.
Os crimes dos racionalizadores se tornaram muito aparentes em anos recentes. Os altos preços de ações nos anos 1990, baseados em expectativas cada vez mais elevadas de crescimento de receita, levaram muitos executivos a ir ao encontro das expectativas do mercado de ações enquanto sacrificavam o valor de longo prazo de suas empresas e a própria reputação.

- Buscar a glória: Líderes que procuram a glória são motivados pela necessidade de aplausos.
A ameaça de quem busca a glória se origina da necessidade de obter reforço externo para seu amor-próprio. Dinheiro, fama, glória e poder são suas metas, já que eles perseguem a aparência do sucesso. Freqüentemente parece que é mais importante para eles serem conhecidos como poderosos do que construir organizações de valor duradouro.
Para um líder preso na armadilha da busca pela glória, entretanto, a sede de famaé insaciável. Líderes perpetuamente insatisfeitos não conseguem ser eficazes e tendem a desviar recursos da empresa em benefício próprio.

- Encarnar o lobo solitário: Na etapa heróica, é perigoso pensar que a liderança é uma perseguição solitária.Quando os líderes adotam o papel de lobo solitário, evitam relacionamentos estreitos, não buscam mentores e não criam redes de apoio. Consequentemente, são privados do feedback apropriado.Em um mundo competitivo, no qual líderes são avaliados por seus méritos, é lógico que aspirantes a líderes cuidariam de desenvolver recursos próprios, preservar suas idéias e confiar apenas no próprio julgamento. Sozinhos, tendem a cometer erros maiores. Caem na armadilha de auto-reforço. Enquanto isso, a empresa descarrila ou sua vida pessoal se esfacela.

-Ser uma estrela fugaz: Líderes que caem nessa armadilha se concentram totalmente na carreira e sofrem muito com a falta de uma vida integrada. Viajam incessantemente. E é raro que tenham tempo para a família, para os amigos ou para si mesmos. O sono e exercícios são continuamente adiados. Quanto mais correm, mais seu estresse aumenta. A aceleração da vida nas empresas, alimentada pela tecnologia da informação, globalização e hipercompetição, cria uma demanda crescente por pessoas talentosas interessadas em correr na pista expressa. Apesar de estrelas fugazes se moverem tão rapidamente na carreira, nunca têm tempo para aprender com seus erros. Depois de um ano ou dois em qualquer emprego, estão prontas a ir adiante, antes de se confrontar com os resultados de suas decisões. Quando veem os problemas que causaram voltando para assombrá-las, sua ansiedade aumenta, assim como a urgência de mudar para um novo cargo ou outra empresa. Um dia chegam ao topo, sobrecarregados por um conjunto insolúvel de problemas. A essa altura, tendem a tomar decisões impulsivas ou até irracionais e não têm uma estrutura que permita superar os problemas de forma racional. No final, as estrelas fugazes invariavelmente se apagam.

A longa jornada da liderança
Finalmente, a responsabilidade pelo desenvolvimento da liderança cabe ao próprio líder. Até mesmo alguém tão célebre quanto Jeff Immelt, presidente-executivo da General Electric, percebeu isso quando se viu diante da maior crise de sua carreira na área de plásticos da GE: “Liderança é uma longa jornada rumo a sua alma. Não é algo que alguém possa dizer a você como fazer”.
As organizações podem tomar medidas para estimular o desenvolvimento individual de líderes. Muitas empresas de ponta estão mudando seus programas de desenvolvimento de líderes, saindo do foco histórico do desenvolvimento de competências, características, habilidades e estilos para enfatizar o processo de autodesenvolvimento, que leva em conta as histórias de vida. Para isso, elas estão estimulando o uso de sistemas de apoio, como mentoria, treinamento um-a-um, feedback de 360 graus, participação em grupos de discussão sobre liderança e apoio para um trabalho saudável em equilíbrio com a vida pessoal.

Gestores corporativos que realizaram com sucesso a jornada de liderança podem ser o recurso mais adaptável e flexível de uma organização. Evitar os cinco riscos do período inicial de liderança é a primeira parte do desafio do percurso. A segunda, igualmente crucial, é encorajar o desenvolvimento de líderes com um conjunto diferente de perspectivas, capacidades e habilidades.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Umair Haque e a Inovação Comportamental

Minha amiga Luciana Annunziata, sócia da Dobra Aprendizagem, tem um blog muito legal sobre Inovação, Idéias para Inovar.

Seu último post fala sobre as idéias de Umair Haque e a Inovação Comportamental.
Segue o post na íntegra.

Conheci o trabalho de Umair Haque através do post de uma amiga no Twitter, o que deve ser um sinal dos tempos. Graduei-me em economia há muito tempo e desde então não encontrava um trabalho nessa área que me interessasse tanto.

Haque é o autor do Manifesto do Crescimento Inteligente e do conceito de inovação comportamental. Para mim, suas idéias são tão lógicas e essenciais quanto disruptivas. Por que? Porque finalmente alguém conseguiu atrelar inovação e ética de forma fundamental.

Eis algo em que realmente acredito. Se você está pensando em produtos, serviços, mercados ou negócios do futuro, você é profundamente responsável pelo mundo que ajuda a construir com suas idéias. Nada mais lógico do que perguntar-se: “como essa idéia afetará o mundo?” “quem se beneficiará dela?” “ela desperdiça recursos naturais?”.

O pensamento de Haque é profundamente ético, mas vai além.

Ele propõe que a crise atual coloca em cheque o pensamento estratégico fundamental do sistema capitalista que ele chama de Capitalismo 1.0 (leia-se, aquele que se baseia em princípios construídos durante o século XX). Ele cita, numa palestra que se pode assistir no site Vimeo, a frase de um dos fundadores do pensamento econômico, Adam Smith, que teria dito a pérola “tudo para nós e nada para o povo.”

Normalmente a inovação procura ampliar os benefícios oferecidos a clientes e consumidores, sempre buscando minimizar os custos para possibilitar que a margem entre estes e o valor final de cada produto ou serviço seja também ampliada. É claro que estou simplificando! Há situações de negócios inovadores que são desenhados para suportar um certo prejuízo durante algum tempo e existem inovações de modelo de negócios que abrem novas janelas de oportunidade e benefícios nunca imaginados. Entretanto, o raciocínio do custo-benefício está presente sempre.

Haque começa a nos chamar a atenção para algo fundamental: o processo! Quando perceberemos que o processo é no mínimo tão importante quanto o produto? Quando perceberemos que ao comprarmos produtos e serviços estamos também comprando um modo de produzir que pode nos levar ao crescimento ou ao colapso?

Diz Haque: “Agora precisamos reconceber os custos e benefícios que dão forma ao nosso comportamento. Precisamos de novos princípios para guiar o valor.”

Estamos vivendo, literalmente, uma crise de valores e como a base da economia é a equação de valor por trás das tomadas de decisão, é provável que tenhamos a oportunidade de afetar todo o sistema.

Um dos princípios do Google, por exemplo, é “você é inteligente e seu tempo é importante”, simples, não? Mas não é preciso ir tão longe, se você parar para pensar, verá que seu comportamento também é guiado por afirmações como essa, que refletem o que tem real valor para você. (Eu, por exemplo, parei na hora de jogar óleo na pia quando soube os gastos que a Sabesp tem por ano para sanar os problemas causados pelo óleo que é misturado à água!)

O autor então menciona 5 princípios da inovação comportamental (mantive-os em inglês, pois não encontrei tradução para todos):

- Stewardship, que está relacionado à responsabilidade em relação aos recursos comuns à comunidade.
- Trusteeship (confiabilidade), que trata de manter o jogo num terreno limpo em termos de negócios e não ser “espertinho” para obter lucros rápidos. ( Como exemplo, ele sita a empresa de telefonia que comprou o nome do Milleninum Dome, em Londres… que oportunidade!).
- Guardianship, que diz respeito ao zelo pelo bem comum.
- Leadership (liderança), que diz respeito à coragem e ao desafio de apontar o que está errado em um mercado, por exemplo. (Aqui, é claro, ele menciona a estranha falta de liderança que impediu a situação em Wall Street de ser denunciada antes que fosse tarde).
- Partnership (parceria), que significa a responsabilidade das marcas em buscar não somente a diferenciação e a maior percepção de valor, mas sua responsabildiade em buscar para significado, “thick value”, como ele diz. ( A indústria alimentícia, por exemplo, será que vê os consumidores como parceiros?).

Princípio Capitalismo 1.0 Capitalismo 2.0
Stewardship Vantagem de custo Vantagem de perda (para a sociedade como um todo)
Trusteeship Dominância Responsividade (parecido com responsabilidade, mas inclui a capacidade de responder ao ambiente)
Guardianship Controle Resiliência
Leadership Diferenciação Diferença (todos na cadeia de valor ganham um pedaço justo da recompensa)
Partnership Marca Significado

Também extraí algumas passagens dos 4 pilares do crescimento inteligente – para economias, comunidades e corporações:

“1. Resultados, não rendimentos. Crescimento burro diz respeito a rendimentos – estamos mais ricos hoje do que ontem? Crescimento inteligente diz respeito a pessoas e quanto melhor ou pior elas estão, não meramente quanto lixo a enconomia consegue destilar.”

“2. Conexões, não transações. Crescimento burro olha para o que está fluindo pelos canos da economia global: volume de negócios. Crescimento inteligente olha para o que forma esses canos e por que alguns desses canos são mais importantes do que outros: qualidade de conexões.”

“3. Pessoas, não produtos. … Crescimento inteligente não se move para empurrar produtos, mas pelas habilidades, dedicação e criatividade das pessoas.”

“…O que dá poder ao crescimento inteligente não é capital buscando burramente o menor custo de mão-de-obra, mas a possibilidade de que o trabalho possa ter o poder de buscar o capital onde quer que possa criar, inventar e inovar mais.”

“4. Criatividade, não produtividade. … Crescimento inteligente foca a economia criativa porque a criatividade é o que nos permite ver que a competição está criando valor novo ao invés de ficar apenas mudando o valor de lugar.”

Muito para um post só! Vale a pena aprofundar cada idéia que ele propõe. Fica, entretanto, uma pergunta: a sua organização está levando em conta esses novos princípios quando se propõe a inovar?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

10 Things to Be Clear About Before You Start a Company

1. Is this your first venture?
2. Are you really an entrepreneur?
3. Does your venture involve something you understand really well?
4. Can your mother understand the value proposition?
5. Can you see the right wave?
6. What does your startup want to be when it grows up?
7. Starting a company is hard and uncertain.
8. Get a partner or fly solo?
9. Would you refuse a well-paying job to do this?
10. Can you raise appropriate financing?

Vale a pena ler o artigo completo. Acesse este link